segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

DITADURA DO RELATIVISMO


O relativismo é uma doutrina que afirma a relatividade do conhecimento humano. Ou seja, há um condicionamento do sujeito que conhece sobre o objeto conhecido e também dos objetos entre si. Assim, a posição do sujeito, sua situação e momento condicionam e determinam o modo como ele vê e concebe a realidade. A pessoa, portanto, como um ser que sempre se encontra em uma circunstância determinada não consegue transcender esta peculiaridade e conceber algo universal. A única coisa que ela pode expressar é sua impressão sobre o que está observando, sua opinião, enfim, aquilo que considera verdadeiro. Não há verdade absoluta ou universal.

No dia a dia vemos constantemente os meios de comunicação (rádio, televisão, jornais, revistas) apresentar versões altamente questionáveis e tendenciosas sobre os mais diversos assuntos: aborto, sexualidade, pobreza, inquisição, origem da vida, família, drogas, prostituição, educação, religião etc. Além disso, na maioria das vezes, percebemos que não há um amor pela verdade, mas sim um intuito de defender uma ideologia ou cosmovisão totalmente questionável com o objetivo de influenciar o modo de pensar da maioria das pessoas, manipulando dados e informações.

Na sua obra intitulada “A Alma da Ciência e Verdade Absoluta”, a professora e filósofa Nancy Pearcy, analisou como este paradigma relativista predominante em nossa cultura foi evoluindo. Primeiro ela analisa a relação entre a fé e a cultura, explicitando como foi se formando uma postura relativista agnóstica e antirreligiosa no meio acadêmico. Nos dias atuais, estabeleceu-se uma fragmentação muito grande na sociedade, criando, assim, uma dificuldade enorme para se viver qualquer tipo de integridade.

Nancy intitula como dicotomia social por termos de um lado a família, a Igreja, os relacionamentos pessoais compondo a esfera privada e de outro lado, temos a esfera pública constituída da política, da academia etc. Essa dicotomia estaria apoiada numa outra divisão entre fatos e fatores. Os primeiros como algo objetivo que se aplicam a todas as pessoas e os que se seguem como algo totalmente subjetivo. Assim, na medida em que a religião pertence à esfera privada, ele é algo meramente subjetivo e a ciência, na medida em que pertence à esfera pública, é algo objetivo. Portanto, temos já estabelecido o início do conflito entre ciência e religião, verdade objetiva e verdade subjetiva, levando, por conseguinte a um duplo âmbito da verdade e até das ciências, pois de um lado teríamos as ciências humanas as quais estariam no âmbito do subjetivo e do relativo, e do outro lado as outras ciências que estariam no âmbito do materialismo e do naturalismo.

Segundo Nancy Pearcy, a guerra entre fé e ciência é um mito produzido pêra teoria evolucionista. Os pressupostos e suas implicações do darwinismo, seja no âmbito epistemológico, antropológico como moral, precisam ser abandonados, seja devido às suas limitações, seja para termos outra compreensão da relação entre fé e razão, religião e ciência.

A História da Humanidade vivenciou no seu seio diversos fenômenos absolutistas e fundamentalistas. Ditaduras, estados totalitários e posturas autoritárias em vários momentos não respeitam a liberdade de cada ser humano e a sua dignidade. O respeito ao diferente nem sempre foi vivido de maneira concreta. Minorias foram perseguidas e massacradas. Devido a isso, gerou-se certo consenso de que uma sociedade democrática necessariamente é relativa. Qualquer questionamento e discordância sobre o modo de viver e pensar do outro já é interpretado como intolerância e preconceito.

O que é o relativismo moral e religioso? É uma linha de pensamento que nega haver uma “verdade absoluta e permanente” como a Revelação de Deus nas Escrituras e na Tradição da Igreja. Então, deixa por conta de cada um definir a “sua verdade” e aquilo que lhe parece ser o seu bem, como se a verdade fosse algo a se escolher e não a se descobrir. Nessa ótica, tudo é relativo ao local, à época ou a outras circunstâncias. É o engano do historicismo. Para seus adeptos, como Marcuse, “a pessoa se torna a medida de todas as coisas” ou então “o super-homem” de Nietzsche, que se afirma eliminando Deus.

Ora, se negarmos que existe a verdade objetiva e perene, o Cristianismo ficará destruído desde a sua raiz. O Evangelho é o dicionário da verdade. Segundo o relativismo, no campo moral não existe “o bem a fazer e o mal a evitar”, pois o bem e o mal são relativos. Isso destrói completamente a moral católica, a qual moldou o Ocidente e a nossa civilização. Contudo, esse relativismo hoje está penetrando cada vez mais nas universidades, na imprensa e até na Igreja. Ele ignora a lei natural, que é a Lei de Deus colocada na consciência de todo ser humano desde que este dispõe do uso da razão.

Por causa do relativismo moral, os governantes propõem leis contra a Lei Natural que Deus colocou no coração de todos os homens. “Dessa forma, a palavra do legislador humano vai superando a do Legislador Divino, a qual é a mesma para todos os homens.”.

O relativismo atual coloca a ciência como uma deusa que vai resolver todos os problemas do homem, a qual está acima da moral e da religião. Mas se esquece de dizer que o homem nunca foi tão infeliz como hoje; nunca houve tantos suicídios, nunca se usou tanto antidepressivo e tantos remédios para os nervos; nunca se viu tanta decadência moral (aborto, prostituição, pornografia, prática homossexual…), destruição da família e da sociedade.

O relativismo é embalado também pelo ceticismo e pelo utilitarismo, os quais só aceitam o que pode ajudar a viver num bem-estar hedonista, aqui e agora. Há uma verdadeira aversão ao sacrifício e à renúncia.

No centro da crise moral, enfatizada por João Paulo II, ele revela qual é a sua causa: “O homem quer ocupar o lugar de Deus”. A Revelação ensina que não pertence ao homem o poder de decidir o bem e o mal, mas somente a Deus (cf. Gen 2,16-17). Não é lícito que cada cristão queira fazer a fé e a moral segundo “o seu próprio juízo” do bem e do mal.

É por causa desse relativismo moral que encontramos vez ou outros religiosos e sacerdotes que aceitam o divórcio, o aborto, a pílula do dia seguinte, o casamento de homossexuais, a ordenação de mulheres, a eutanásia, a inseminação artificial, a manipulação de embriões, o feminismo e outros erros que o Magistério da Igreja condena explicita e veementemente.

Para o filósofo e colunista da Gazeta do Povo Carlos Ramalhete, os efeitos do relativismo não atingem apenas as religiões, mas o próprio valor dado à vida humana, já que ele também dependeria de pontos de vista e, assim, não haveria uma dignidade objetiva do homem. “Se tudo é forçosamente subjetivo, eu posso afirmar que você não tem direito à vida. É o caso do aborto, da eutanásia, dos genocídios”, afirma.

Luiz Felipe Pondé, professor de Ciências da Religião da PUC-SP e colunista do jornal Folha de S.Paulo, acrescenta que os danos causados pelo relativismo à família e à própria cultura ocidental justificam a ênfase que Bento XVI deu ao tema, citando o que considera outro ponto frágil do relativismo. “Só os ocidentais são relativistas. Nenhuma das outras culturas que assu­­­mimos como tão válidas quanto a nossa leva a sério essa coisa de relativismo”, diz.

Felipe Aquino, doutor em Física pela UNESP disse a seguinte frase: “Quando se nega a possibilidade para todos de referir-se a uma verdade objetiva, o diálogo transforma-se impossível e a violência, declarada ou oculta, torna-se a regra dos relacionamentos humanos.”

“O relativismo contemporâneo mortifica a razão, porque de fato chega a afirmar que o ser humano nada pode conhecer com certeza, para além do campo científico positivo.”
 
Vivemos em uma época em que cada vez mais as pessoas lutam por mais liberdade e ao mesmo tempo se tornam escravas de várias coisas, inclusive de si mesmas. O mundo contemporâneo nos mostra, com todos os seus problemas, que a felicidade não está no ter e na mera materialidade da vida. Que o ser humano realmente precisa de pontos e referências sólidas que norteiam a sua existência e as suas escolhas. Que o amor pela verdade é algo fundamental na vida humana e que o relativismo é uma grande questão a ser refletida.

 

 

 

 

 

 

domingo, 13 de abril de 2014

LADY GODIVA E EU

http://youtu.be/YhRj_DaqCxQ



A vida é louca. De um momento para o outro, tudo mudo. Tudo se transforma. Sou uma eterna mutante ou metamorfose ambulante ou quem sabe, louca mesmo... Mas quem é normal? Será que existe alguém? Não sei. Gosto de ser como sou.

Sinto raiva, alegria, felicidade, nostalgia, apatia, felicidade, paixão, amor e ódio. Mas são breves momentos. Viro a página do meu livro de matemática e procuro uma outra equação.

Sou um turbilhão de sentimentos e não faço questão de reprimi-los nem tampouco os escondo dentro de mim.

Escrevo e poetizo, desta forma é que soa meu grito: Junto aos meus escritos. À minha poesia.

Assim é que vivo. Assim eu sou.

Escrevo para deixar registrados todos os meus sentimentos para o dia em que eu me for, eu fique tatuada em páginas como uma lenda. Que me importa que não saibam quem sou. Quero é permanecer viva, mesmo sendo apenas escritos.

É assim que vivo: Escrevendo e poetizando minhas emoções. Desta forma deixo todas as minhas sensações, satisfações, insatisfações, encantos e desencantos. Assim deixo meu riso e meu pranto. Assim sou liberdade!

A lua crescendo aumenta minha ansiedade e impulsividade. Lua dos loucos. Da maré cheia. Dos peixes pulando... Lua cheia

Quisera neste momento ser como Lady Godiva que saiu nua em seu cavalo branco pelas ruas. Diz a lenda que a bela Lady Godiva ficou penalizada com a situação do povo de Coventry, que sofria com os altos impostos estabelecidos por seu marido. Lady Godiva apelou a ele tanto que ele concedeu com uma condição: que ela cavalgasse nua pelas ruas de Coventry. Ela aceitou a proposta e mandou todos os moradores se fecharem em suas casas até que ela passasse.

Uma outra teoria diz que a nudez de Lady Godiva seria simbólica, representada pela falta de adereços e jóias preciosas, marcas da Nobreza a qual ela pertencia.

Que me importa se é apenas lenda. Neste momento eu gostaria de quebrar as regras e preconceitos e sair nua com meu cavalo branco pelas ruas, declarando minha liberdade sem importar-me com pudores ou escândalo e até mesmo o risco de ser presa.

Quanta loucura na minha cabeça... Mas morro de inveja desta lenda pois gostaria de pertencer a ela e ser Godiva.

Venha Godiva! Realize a minha fantasia!

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